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Página:Verso e reverso - comedia em dois actos.djvu/12

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anda nestas ruas. Com efeito é uma família... Desde o ônibus, o Noé dos veículos, até o coupé aristocrático e o tílburi plebeu! BRAGA (dobrando as fazendas) – É porque o senhor ainda não está habituado. O MENINO ([entrando e] dirigindo-se a ERNESTO) – Fósforos! Fósforos! Inalteráveis e superiores! ... (A BRAGA) Fósforos Sr. Braga. ERNESTO – Deixe-me, menino! O MENINO – Excelentes fósforos de cera a vintém! ERNESTO (a BRAGA) – Oh! que maçada! Deixe-me! (O MENINO sai.) Esta gente toma-me naturalmente por algum acendedor de lampiões; entendem que eu vim ao Rio de Janeiro unicamente para comprar fósforos. Já não me admira que haja aqui tantos incêndios. (Senta-se junto do balcão; uma pausa.) Como as coisas mudam vistas de perto! Quando estava em São Paulo o meu sonho dourado era ver o Rio de Janeiro, esse paraíso terrestre, essa maravilha de luxo, de riqueza e de elegância! Depois de três anos de esperanças consigo enfim realizar o meu desejo: dão-se as férias, embarco, chego e sofro uma das mais tristes decepções da minha vida. Há oito dias apenas que estou na corte e já tenho saudades de São Paulo. (Ergue-se.)