Página:Verso e reverso - comedia em dois actos.djvu/37

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D. MARIANA – Não vê que está brincando? ERNESTO – Palavra de honra! Tenho pressa de dizer adeus a esta terra dos fósforos, das loterias, e dos benefícios. . . Oh! dos benefícios sobretudo!... JÚLIA – Escute, meu primo. Admito que essas primeiras impressões influam no seu espírito; que o Rio de Janeiro tenha realmente estes inconvenientes; mas vá passar um dia conosco nas Laranjeiras, e eu lhe mostrarei que em compensação há muitas belezas, muitos divertimentos que só na corte se podem gozar. ERNESTO – Quais são eles? Os passeios dos arrabaldes? – Um banho de poeira e de suor. Os bailes? – Um suplício para os calos e um divertimento só para as modistas e os confeiteiros. O teatro lírico? – Uma excelente coleção de medalhas digna do museu. As moças?... Neste ponto bem vê que não posso ser franco, prima. JÚLIA – Fale; não me importa. Tenho até curiosidade em saber o que pensa das moças do Rio. Fale! ERNESTO – Pois bem; já que manda, dir-lhe-ei que isto de moça é espécie desconhecida aqui na corte. JÚLIA –