e que se parece com a república de Platão!... Eis o verdadeiro tipo da raça desses fósseis da Independência e do Sete de Abril. Cinquenta anos de idade, empregado aposentado, bengala, caixa de rapé e gravata branca. Não tem outra ocupação mais do que ler os jornais, perguntar o que há de novo e queixar-se da imoralidade da época. HENRIQUE (rindo) – Serviam outrora para parceiro de gamão nas boticas. CUSTÓDIO (lendo) – Oh! Cá temos um artiguinho da oposição!... Começa! Já era tempo! Com este ministério não sei onde iremos parar. ERNESTO (a HENRIQUE) – Agora ei-lo ferrado com o tal artigo! Bom homem! Quando eu queria conversar com Júlia, nós o chamávamos sempre. Assim éramos três, e ao mesmo tempo estávamos sós; porque, agarrando-se a um jornal, não ouve, fica cego. Podia apertar a mão de minha prima que ele não percebia! HENRIQUE – Esta habilidade não sabia que eles tinham. ERNESTO – Pois recomendo-te! HENRIQUE – Fica ao meu cuidado. Adeus; dá cá um abraço; até a volta. ERNESTO (abraça) –
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