AVULSAS
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Pura de toda a mácula te veja
Eu sempre; e sofra e chore, desterrado
De todo o bem, o amor desasizado
Que quer tanto e nem sabe o que dezeja.
Eu tão ferido estou desta peleja
Comigo mesmo, e tão dezabusado,
Que me entrego, e submisso, e desgraçado,
Aceito o mal que a minha sorte eleja.
A minha vida desvivida, pago-a
Por mais do seu valor: não vale nada,
E tanto custa em dezespero e magua!
Amo-te... E em toda a vida, ó minha amada!
Só te hei de ver com os olhos razos d’agua
— Ou pura e de outro, ou minha e deshonrada.