Página:Versos da mocidade (Vicente de Carvalho, 1912).djvu/93

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IV
UM POETA

E’ bem vão o teu sonho, alma que tanto sonhas!
Que importa? Sonha sempre! Ha miragens rizonhas
No dezerto da vida. Enganam-te; que importa?
Segue-as, vai, arquejante, ezausta, semi-morta,
Nunca as alcançarás. Embora! Agonizando,
Corre atraz delas! Sonha, e sucumbe sonhando!

       ......Ah, se eu pudesse erguer-me
Sobre a poeira do chão e a mizeria do verme,
Fujir de mim que sou verme e poeira...