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que não ha quem lhes chegue. E os senhores, a serem ca de Lisboa, hãode dizer que sim. Mas nós...’

— Nenhum de nós é de Lisboa: so este senhor que aqui vem agora.

Era o C. da T. que chegava.

— 'Este conheço eu; este é dos nossos (bradou um homem de forcado, assim que o viu). Isto é um fidalgo como se quer. Nunca o vi n'uma ferra, isso é verdade; mas aqui de Vallada a Almeirim ninguem corre mais do que elle por sol e por chuva, e hade saber o que é um boi de lei, e o que é lidar com gado.’

— 'Pois oiçamos lá a questão.'

— 'Não é questão' — tornou o Ilhavo: ’mas se este senhor fidalgo anda por Almeirim, para Almeirim vamos nós, que era uma charneca o outro dia, e hoje é um jardim, benza-o Deus! — mas não foram os campinos que o fizeram, foi a nossa gente que o sachou e plantou, e o fez o que é, e fez terra das areas da charneca.’