Não ha aqui monumentos, não ha historia
antiga: a terra é nova, e a sua prosperidade e
crescimento datam de trinta ou quarenta annos,
desde que o seu vinho começou a ter fama. Ja
descahida do que foi, pela estagnação d’aquelle
commercio, ainda é comtudo a melhor coisa da
Borda-d’agua.
Não tem historia antiga, disse; mas tem-n’a moderna e importantissima.
Que memorias aqui não ficaram da guerra peninsular! Que espantosas borracheiras aqui não tomaram os mais famosos generaes, os mais distinctos militares da nossa antiga e fiel alliada, que ainda então, ao menos, nos bebia o vinho!
Hoje nem isso!.. hoje bebe a jacobina zurrapa de Bordeos, e as acerbas limonadas de Borgonha. Quem tal diria da conservativa Albion! Como póde uma leal goella britannica, rascada pelos acidos anarchicos d’aquellas vinagretas francezas, intoar devidamente o God-save-the-King em um toast nacional! Como, sem Porto ou Madeira, sem Lisboa, sem Cartaxo, ousa um subdito britannico erguer a voz, n’aquella harmoniosa desafinação