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riscando com a baioneta pelo verniz mais pulido e mais respeitado d’esses jazigos antiquissimos: os lavores mais delicados esmoucou-os, degradou-os. Levantaram as lages dos sepulchros; e ao som da corneta militar acordaram os mortos de seculos, cuidando ouvir a trombeta final...

Decididamente vou-me embora, não posso estar aqui, não quero ver isto. Não é horror que me faz, é náusea, é asco, é zanga.

Maldittas sejam as mãos que te profanaram, Santarem... que te deshonraram, Portugal... que te invilleceram e degradaram, nação que tudo perdeste, até os padrões da tua historia!..

Eheu, eheu, Portugal!