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— 'Carlos!' respondeu elle erguendo emfim os olhos e cravando-os em mim...
E oh! que nunca vi olhos como aquelles, nem os heide ver!
— 'Carlos!... E quem é que m'o pergunta? quem é que tanto sabe de mim e dos meus?.. Dos meus! Eu não tenho meus: sou so.’
— 'So! Não está aqui, que eu vejo?..'
— 'Ve essa mulher morta que ahi ficou, que a matei eu, e que aqui está á espera que dê a hora de a eu interrar, mais nada. Eu estou so e quero estar so. Morreu tudo. Que mais quer saber?'
— 'Venho de Santarem...'
— 'Santarem tambem morreu; e morreu Portugal. Aqui não, vive senão o meu peccado, que Deus não perdoou ainda, nem espero...'
— 'A nossa religião fez uma virtude da esperança.'