Página:Viagens na minha terra, v2 (1846).pdf/242

Wikisource, a biblioteca livre
— 232 —


farrapos de neve, n’uma noite pollar, notas azues, verdes, brancas, amarellas, de todas as côres e matizes possiveis. Eram milhões e milhões e milhões...

Nunca vi tanto milhão, nem ouvi fallar de tanta riqueza senão nas mil e uma noites.

Acordei no outro dia e não vi nada... so uns pobres que pediam esmola á porta.

Metti a mão na algibeira, e não achei senão notas... papeis!

Parti para Lisboa cheio de agoiros, de inguiços e de tristes presentimentos.

O vapor vinha quasi vazio, mas nem por isso andou mais depressa.

Eram boas cinco horas da tarde quando desimbarcámos no Terreiro-do-Paço.

Assim terminou a nossa viagem a Santarem: e assim termina este livro.