no convento dupplex[1]
benedictino que pastoreava
o sancto abbade Celio, floreceu pelos meados
do septimo seculo. Namorou-se d’ella extremosamente
o joven Britaldo, filho do conde ou consul
Castinaldo que governava aquellas terras, e
não podendo conseguir nada de sua virtude, cahiu
infêrmo de molestia que nenhum physico acertava
a conhecer, quanto mais a curar.
É sabido que a mais sancta lhe não pêza de que estejam a morrer por ella; e, mais ou menos, sempre sympathisa com as victimas que faz.
Sancta Iria resolveu consolar o pobre Britaldo; e ja que mais não podia por sua muita virtude, quiz ver se lhe tirava aquella louca paixão e o convertia. Sahiu, uma bonita manhan, do seu convento — que não guardavam ainda as freiras tam absoluta e estreita clausura — e foi-se a casa do namorado Britaldo.
Consolou como mulher e ralhou como sancta, e porfim, impondo-lhe na cabeça as lindas e bemdittas mãos, n’um instante o sarou de todo
- ↑ De frades e de freiras.