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— 'Georgina, Georgina!'

— 'Deixa-me, quero desabafar eu tambem agora. Ouve-me, tens obrigação de me ouvir. — Se te dei provas d'este amor, tu o sabes; se desde que te amei, uma palavra, um gesto, um pensamento unico, um so e o mais leve relampejar da imaginação desmentiu em mim d’esta absoluta e exclusiva dedicação de todo o meu ser... dize-o tu.’

— 'Não, minha alma, não, minha vida, não; tu és um anjo, tu es...'

— 'Sou uma mulher que te amava como creio que ordinariamente se não ama.'

— 'Não, certo, não.'

— 'Fomos felizes, é verdade; e creio que poucos amantes ainda foram tam felizes como nós nos breves dias que isto durou. — Tu partiste para a tua ilha; era forçoso partir, conheci-o e resignei-me. Consolavam-me as tuas cartas, as tuas cartas de fogo, escriptas, oh se o eram escriptas com o mais puro sangue do teu coração.