no teatro e o que observava agora. Entretanto, calei-me.
— Eu também sou do teu parecer, confirmou ele; mas, agora, me acode dizer-te que os outros eram mais nossos parentes.
E, calmamente, sorvemos longos goles de cerveja, até espertar o corpo. Gonzaga de Sá pagou e, quando me quis despedir, perguntou-me:
— Para onde vais?
— Para casa.
— Sinceramente?
— Palavra!
— Vem dormir em minha casa; amanhã ficarás ajudando-me a arrumar os livros.
Juntos tomamos o bonde para a sua residência, nos arredores da Rua Bento Lisboa, no Catete, e nas encostas de Santa Teresa. No bonde, viajavam poucos passageiros.
Havia uma rapariga com um grande chapéu e um longo e belo capote, num banco da frente. Gonzaga de Sá esteve a observá-la muito tempo; e, ali pela rua da Lapa, bruscamente refletiu, olhando para a mulher:
— O que sinto é que essas senhoras não sejam diferentes das de sociedade. Se o fossem, eu talvez experimentasse...