Página:Vida e morte de M J Gonzaga de Sá (1919).djvu/40

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Seguindo o seu favorito método introspectivo, analisou detidamente as duas emoções e, ao cabo de detalhada análise, achou-as idênticas em si mesmas e nas aparências.

Aliava a tudo isso uma estoica despreocupação da notoriedade, ou melhor, da posição fácil e barulhenta. Filho de um general titular do Império, podia ser muita coisa; não quis. Era preciso ser doutor, formar-se, exames, pistolões, hipocrisias, solenidades... Um aborrecimento, enfim!... Não quis; fez-se praticante e foi indo. Foi empregado assíduo e razoável trabalhador. A República veio encontrá-lo quase só na seção, redigindo um decreto do Defensor Perpétuo e, ao lhe avisarem: — “seu” Gonzaga, hoje não se trabalha; o Deodoro, de manhã, proclamou a República no Campo de Santana.

— Mas qual? perguntou.

As suas reminiscências de história não lhe davam de pronto a ideia nítida do que fosse República. Sabia de tantas e tão diferentes, que a sua pergunta não foi afetada. Contou-me ele que, na própria manhã de 15 de Novembro, estivera lendo o seu Fustel de Coulanges, justamente no ponto referente à significação aristocrática do tratamento cidadão.

Deve causar surpresa, a quem ler estas linhas, o fato