Eram quatro horas e nós tínhamos vindo por deleite até ao Pedregulho. Ao olhar, lá para as bandas do Jockey, a estação da Leopoldina, Gonzaga lembrou:
— Vamos ao Engenho da Penha?
— Onde é?
— Vocês só conhecem a Tijuca e Botafogo. O Rio tem mais coisas belas... É ali.
E apontou para o lado dos Órgãos. Continuou depois:
— Fica à margem de um canal, de cerca de duas milhas, que separa a ilha do Governador de terra firme.
Parece um rio, quando se o vê escorrer mansamente por entre as terras próximas, singrado de botes, de perus, de canoas, de falúas, cujas velas a viração enfuna amorosamente e os impele de vagar... Defronte fica o Galeão, da ilha do Governador, e o Fundão, uma outra ilha, povoados ambos os lugares de mangueiras maravilhosas... Imagina tu que, afora as que o raio pôs abaixo, as do Galeão são algumas dezenas em quadrilátero e viram D. João VI... A enfermaria de loucos que elas ensombram majestosamente foi casa de residência do Rei simplório e infeliz... Vamos!
Tomamos o trem. Era um dos de Petrópolis. Ia cheio dos tais de que me falava ainda