os sapos cantavam. O som dos chocalhos era familiar, mas a cantiga dos sapos e o rumor das gotteiras causavam extranheza. Tudo estava mudado. Chovia o dia inteiro, a noite inteira. As moitas e capões de mato onde viviam seres mysteriosos tinham sido violados. Havia lá sapos. E a cantiga delles subia e descia, uma toada lamentosa enchia os arredores. Tentou contar as vozes, atrapalhou-se. Eram muitas, com certeza havia uma infinidade de sapos nas moitas e nos capões. Que estariam fazendo? Porque gritavam a cantoria gorgolejada e triste? Nunca vira um delles, confundia-os com os habitantes invisiveis da serra e dos bancos de macambira. Enrolou-se, accommodou-se, adormeceu, uma banda aquecida pelo fogo, a outra banda protegida pelas nadegas de sinha Victoria.
O abano agitava-se, a madeira humida chiava, o vulto de Fabiano illuminava-se e escurecia.
Baleia, immovel, paciente, olhava os carvões e esperava que a familia se recolhesse. Enfastiava-a o barulho que Fabiano fazia. No campo, seguindo uma rez, esguelava-se demais. Natural. Mas ali, á beira do fogo, para que tan-