tocando os calcanhares dos meninos. A lembrança da cachorra Baleia picava-o, intoleravel. Não podia livrar-se della. Os mandacarus e os alastrados vestiam a campina, espinho, só espinho. E Baleia aperreava-o. Precisava fugir daquella vegetação inimiga.
Os meninos corriam. Sinha Victoria procurou com a vista o rosario de contas brancas e azues arrumado entre os peitos, mas, com o movimento que fez, o bahu de folha pintada ia cahindo. Aprumou-se e endireitou o bahu, remexeu os beiços numa oração. Deus Nosso Senhor protegeria os innocentes. Sinha Victoria fraquejou, uma ternura immensa encheu-lhe o coração. Reanimou-se, tentou libertar-se dos pensamentos tristes e conversar com o marido por monosyllabos. Apesar de ter boa ponta de lingua, sentia um aperto na garganta e não poderia explicar-se. Mas achava-se desamparada e miuda na solidão, necessitava um apoio, alguem que lhe desse coragem. Indispensavel ouvir qualquer som. A manhã, sem passaros, sem folhas e sem vento, progredia num silencio de morte. A faixa vermelha
desapparecera, diluira-se no azul que enchia o