Saltar para o conteúdo

Página:Violeiros do norte (1925).djvu/170

Wikisource, a biblioteca livre

Tú um pouco differente...
Ninguem pode mais criar
Uma diabinha innocente!

“Quero que me conte tudo,
Sinão eu te como o couro...
Opero saber o atrevido
Que anda com desaforo,
Illudindo filha minha
Com malicia de namoro!”

Respondeu-lhe o nova-seita:
— “Sou eu della namorante,
Pois achei fuga e abracei,
Belisquei a minha amante...
Você, quer queira ou não queira,
E’ meu sogro, de ora avante!”

A moça disse — “Meu pae,
Nada se afoite a dizer...
Artigos de casamento
Nada se pode fazer:
E’ muito ruim sujar agua
Para depois a beber...”

Disse o diabo: — “ô atrevida,
Me fazes ficar em braza,
Tú podes ter a certeza
Que este inferno hoje se arraza,
Porem com um nova-seita
Morres damnada e não casa!”

A moça, então, levantou-se
Como uma feia serpente,
Fez uma careta horrivel,
Prendeu a saia no dente,
Gritou ao pae: — “Vamos ver
Quem de nós é mais valente!