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Página:Yayá Garcia.djvu/29

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— Nesse dia, observou Luís Garcia sorrindo levemente, há de ser tão sincera como hoje.

— Oh! o senhor está com idéias negras! Eu não creio na morte; creio só na vida e na glória. A guerra começou há pouco e já há tanto herói! Meu filho será um deles.

— Não creio em pressentimentos.

— Recusa?

— Não me atrevo a aceitar.

Valéria ficou abatida com a resposta. Após alguns minutos de silêncio, ergueu-se e foi buscar o lenço que deixara sobre um móvel, ao entrar na sala. Enxugou o rosto, e ficou a olhar para o chão, com um dos braços caídos, em atitude meditativa. Luís Garcia começou a refletir no modo de a dissuadir eficazmente. Seu cepticismo não o fazia duro aos males alheios, e Valéria parecia padecer naquele instante, qualquer que fosse a sinceridade de suas declarações Ele quisera achar um meio de conciliar os desejos da viúva com a sua própria neutralidade, — o que era puramente difícil.

— Seu filho não é criança, disse ele; está com vinte e quatro anos; pode decidir por si, e naturalmente não me dirá outra coisa... Demais, é duvidoso que se deixe levar por minhas sugestões, depois de resistir aos desejos de sua mãe.