Página:Yayá Garcia.djvu/295

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da noiva; atribuiu-a ao sentimento de piedade filial, que era nela mais forte que qualquer outro.

— Iaiá, disse ele, ninguém lhe nega o direito de chorar seu pai; se insistimos é em benefício da família. Seu pai recomendou-me que olhasse pelos seus, e eu quisera poder fazê-lo, não como estranho, mas como parente; por isso, lembrei a conveniência de realizar o casamento quanto antes, mas se lhe parece que pode ser adiado...

— Pode.

— Até quando?

— Até um dia.

— Que dia?

— Sábado de Aleluia, por exemplo.

— Falemos sério, disse Jorge.

— Sério? Dia de São Nunca.

Jorge franziu a testa.

— Que quer isso dizer? Retira a sua palavra? Em todo o caso, tinha direito de saber o motivo, porque algum motivo há de haver...

Iaiá tinha-se levantado, pegou-lhe na mão e levou-o até à janela. O transtorno das feições era visível: os olhos luziam de impaciência, enquanto a palavra parecia medrosa e recalcitrante. Pasmado do que via, e curioso do que ela lhe iria dizer, Jorge não pensou sequer em a aquietar;