4
— Eu era "agregado" na fazenda do Taquaral. O coronel me deu lá uma grota, fiz minha casinha, derrubei mato, plantei milho e feijão.
— De meias?
— Sim. Metade para o coronel, metade para mim.
— Mas isso dá, Zé?
— Dá para a gente ir morrendo de fome pelo caminho da vida — a gente que trabalha e planta. Para o dono da terra é o melhor negócio do mundo. Êle não faz nada, de nada, de nada. Não fornece nem uma foice, nem um vidrinho de quina para a sezão — mas leva metade da colheita, e metade bem medida — uma metade gorda; a metade que fica com a gente é magra, minguada... E a gente tem de viver com aquilo um ano inteiro, até que chegue tempo de outra colheita.
— Mas como foi o negócio da fazenda do Taquaral?
— 11