Poesias offerecidas ás senhoras Portuenses/A Avesinha
Aspeto
A uma Avezinha.
Quanto invejo, avesinha, a tua sorte!...
Ser livro como tu tambem quizera!...
Volver aqui, além, ah! s'eu podera,
Fôra a minha vontade só meu norte!
Sem a noute passar amargurada,
Despertar quando a ti, mal luz a aurora;
Ouvir teus doces cantos onde Flora
Tem risonhos imperios, e morada.
Ah! tambem como tu, à natureza
Pertenço, e tenho d'reito á liberdade,
Quem ousa pois deter-me com fereza?
Quem? Ah! sim... é ella, a infelicidade!..