Página:A cidade e as serras (1901).pdf/110

Wikisource, a biblioteca livre
96
A cidade e as serras

d’esses Jacinthos jaziam agora soterrados sob um montão informe de terra e pedra. O Silverio já começára com os moços da quinta a desatulhar dos «preciosos restos». Mas esperava anciosamente as ordens de sua exc.a...

Jacintho empallidecêra, impressionado. Esse velho solo serrano, tão rijo e firme desde os Godos, que de repente ruia! Esses jazigos de paz piedosa, precipitados com fragor, na borrasca e na treva, para um negro fundo de valle! Essas ossadas, que todas conservavam um nome, uma data, uma historia, confundidas n’um lixo de ruina!

— Coisa estranha, coisa estranha!...

E toda a noite me interrogou ácerca da serra e de Tormes, que eu conhecia desde pequeno, por que o velho solar, com a sua nobre alameda de faias seculares, se erguia a duas legoas da nossa casa, no antigo caminho de Guiães á estação e ao rio. O caseiro de Tormes, o bom Melchior, era cunhado do nosso feitor da Roqueirinha: — e muitas vezes, depois da minha intimidade com Jacintho, eu entrára no robusto casarão de granito, e avaliára o grão espalhado pelas salas sonoras, e provára o vinho novo nas adegas immensas...

— E a egreja, Zé Fernandes?... Entraste na egreja?

— Nunca... Mas era pittoresca, com uma