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A cidade e as serras
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Então, para dissipar aquelle pesadume de solidão, paguei o café e parti, lentamente, a visitar o 202. Ao passar na Magdalena, deante da estação dos omnibus, pensei: — Que será feito de Madame Colombe? E, oh miseria! pelo meu miseravel ser subiu uma curta e quente baforada de desejo bruto por aquella besta suja e magra! Era o charco onde eu me envenenara, e que me envolvia nas emanações subtis do seu veneno. Depois, ao dobrar da rue Royale para a Praça da Concordia, topei com um robusto e possante homem, que estacou, ergueu o braço, ergueu o vozeirão, n’um modo de commando:

— Eh, Fernandes!

O Grão-Duque! O bello Grão-Duque, de jaquetão alvadio e chapeu tyrolez côr de mel! Apertei com gratidão reverente a mão do Principe, que me reconhecera.

— E Jacintho? Em Paris?...

Contei Tormes, a serra, o rejuvenescimento do nosso amigo entre a Natureza, a minha dôce prima, e os bravos pequenos, que elle trazia ás cavalleiras. O Grão-Duque encolheu os hombros, desolado:

— Oh lá, lá, lá!... Peuh! Casado, na aldeia, com filharada... Homem perdido! Ora não ha!... E um rapaz util! que nos divertia, e tinha gosto! Aquelle jantar côr de rosa foi uma