mel n’aquelle massiço de versos em flôr. Depois percebi que o susurro remoto e dormente vinha do cofre de mogne, de parecer tão discreto. Arredei uma Gazeta de França; e descornitei um cordão que emergia de um orificio, escavado no cofre, e rematava n’um funil de marfim. Com curiosidade, encostei o funil a esta minha confiada orelha, afeita á singeleza dos rumores da serra. E logo uma Voz, muito mansa, mas muito dicidida, aproveitando a minha curiosidade para me invadir e se apoderar do meu entendimento, susurrou capciosamente:
— ...«E assim, pela disposição dos cubos diabolicos, eu chego a verificar os espaços hypermagicos!...»
Pulei, com um berro.
— Oh Jacintho, aqui ha um homem! Está aqui um homem a fallar dentro d’uma caixa!
O meu camarada, habituado aos prodigios, não se alvoroçou:
— É o Conferençophone... Exactamente como o Theatrophone; sómente applicado ás escólas e ás conferencias. Muito commodo!... Que diz o homem, Zé Fernandes?
Eu considerava o cofre, ainda esgazeado:
— Eu sei! Cubos diabolicos, espaços magicos, toda a sorte de horrores...
Senti dentro o sorriso superior de Jacintho:.