gira a planura. Sua Magestade ainda se não levantou.
Os outros estavam, dentro em pouco tempo, ao pé d’ella.
Houve um longo espaço de silencio, concedido espontaneamente á contemplação d’aquella perspectiva solemne.
As primeiras palavras, que se disseram, foram ditás em voz baixa, n’aquelle tom, que insensivelmente lhes damos, quando na presença de um espectáculo grandioso e bello. Fala-se baixo e pouco: não se formulam longos períodos de aprimorado estylo, nivela-se a eloquencia de todos em simples phrases, como estás:
—É bello!
—É magnifico!
—É sublime!
E nada maïs. Pouco maïs disseram os quatro na occasião de que falamos. E eu, por analogas razões, os imitarei, desistindo de descrever o que só bem se aprecia, quando pela vista se abrange o conjuncto de todo o panorama. O leitor, que nunca visse alguma scena similhante, não a imaginaria pela descripção, forçosamente pallida, que ahi lhe deixasse d’ella; e para o que a viu, a memoria lhe preencherá bem a lacuna.
Desvanecida a primeira impressão, que não deixa ao espirito a serenidade precisa para os processos da analyse, principiaram, como é costume, a fazerem notar uns aos outros os sitios maïs conhecidos.
Isto manteve por momentos uma perfeita e desenleada familiaridade entre os quatro.
Christina descuidou-se da sua timidez e despeitos; Magdalena dos seus projectos e desconfianças; Henrique e Augusto deixaram tambem a sua mutua frieza.
—Lá está o Mosteiro—disse Magdalena, apontando para o logar indicado.—Como parece pequeño, visto d’aqui!