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Nunt. Antiquus, Belo Horizonte, v. 16, n. 1, p. 221-270, 2020
A saga de Apsû no Enūma eliš (tradução e comentários)


The Apsu Saga in the Enūma Eliš (Translation and Comments)


Jacyntho Lins Brandão
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, Minas Gerais / Brasil
jlinsbrandao@ufmg.br


Resumo: O trabalho apresenta uma tradução com comentários dos primeiros setenta e oito versos do Enūma eliš, em que, a par da linha genealógica que vai de Apsu-Tiámat até Ea, relata-se o modo como este último venceu o primeiro dos deuses.

Palavras-chave: Enuma elish; Cosmogonia babilônica; Teogonia babilônica.


Abstract: This paper presents a translation with comments of the first seventy-eight verses of the Enūma Eliš, in which, along with the genealogical line that goes from Apsu-Tiámat to Ea, it is reported how the latter overcame the first of the gods.

Keywords: Enuma Elish; Babylonian Cosmogony; Babylonian Theogony.


Enūma eliš (“Quando no alto”) são as palavras iniciais do poema babilônico que aqui se traduz, bem como o título da obra, como é usual nas culturas antigas do Oriente Médio. Ele foi conservado em tabuinhas de argila de procedência babilônica e assíria, escritas em duas colunas, distribuindo-se por sete tabuinhas que contêm entre 132 e 168 versos. Os manuscritos assírios somam oitenta e seis testemunhos, tendo sido descobertos em escavações levadas a cabo em Assur (25 tabuinhas ou fragmentos), Sultantepe (13), Nimrod (2) e Nínive (46) – estas últimas tendo pertencido à biblioteca de Assurbanípal (685-628 a. C.), descoberta em 1849 pela expedição arqueológica liderada por Austen Henry Layard,

eISSN: 1983-3636