Página:As Minas de Prata (Volume VI).djvu/190

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da luta que sustentara no terreiro de D. Luísa, refletira o mancebo que se mais forte e ágil fosse no jogo das armas, não correria tão grande risco. A prudência e seu amor-próprio lhe aconselhavam pois aquele exercício, que ao mesmo tempo fornecia algumas horas de distração à sua alma desconsolada. Afinal resolvido a defender o amor de Estácio a todo transe, ele acreditava que morrer pelo amigo não seria bastante; era preciso vencer por ele e conquistar-lhe a ventura. A espada pois, que cingia, e agora se tornara de guarda de sua honra e vida, a esperança da felicidade do amigo, era necessário que ele a manejasse de modo a ter nela plena e absoluta confiança.

A prática foi sempre a grande mestra da arte. Cristóvão, que era já uma das primeiras espadas da Bahia, tornou-se sem contestação a primeira, depois daquele contínuo exercício. O próprio Estácio, que pudera ser seu mestre, talvez não fosse já senão seu superior.

Ao deixar a sala d'armas, saía Cristóvão. O resto da manhã era dedicado ainda a Inesita e Estácio. Ou apresentava-se em casa de D. Francisco, para ver a donzela e reanimar-lhe a esperança;