bodas, já de há muito estava preparado e só esperava pelo dia. Sedas, finas batistas e outras lençarias abertas de renda e crivo ou recamadas de mimoso lavor, enchiam os baús de cedro aromático, cobertos de charão e vindos da Índia. Os ricos adereços de diamantes, rubis e pérolas estavam encerrados nos cofres de sândalo, embutidos de ouro. Nada faltava, senão o feliz cavalheiro, para a gentil senhora de todas estas lindas galanterias.
No seguinte dia, indo a Nazaré, teve Cristóvão com Inesita este curto diálogo:
— Dizei-me, D. Inês!... Tendes alguma esperança de que D. Francisco consinta um dia em vosso casamento?...
Inesita sorriu:
— A esperança é o fôlego d'alma; quando ela se apaga, não há mais vida aí!... Mas bem sei eu que só um milagre pode obter isso de meu pai.
— E sem esse consentimento não sereis esposa do homem a quem amais?
— Na terra, não.
— Oh! se lhe quisésseis como vos ele quer!