Página:Brasileiras celebres (1862).djvu/54

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saudação à independência da nova pátria de seu augusto filho.

A independência iniciada desde o dia de liberdade do comércio e da navegação, estava feita; mais um passo e ela se consumaria para todo o sempre. Lá se ia a monarquia portuguesa deixando uma bela vergôntea junto à cruz, que plantara Pedro Álvares Cabral. Então José Bonifácio de Andrade e Silva proclamava à face da Europa, no próprio seio da Academia Real das Ciências de Lisboa, as puras intenções do Brasil e de seu futuro imperador, e o objeto de sua viagem às regiões do Novo Mundo:

“Muito temos já feito, senhores”, dizia ele, “mas muito nos resta ainda por fazer. Bem desejara eu concorrer de perto para pordes em obra o que na vontade já trazeis executado; mas é necessário apartar-me para longe e descontinuar as lições, que de vós tenho recebido. Consolo-me ao menos com que ainda dos sertões da inculta América forcejarei por ser-vos útil com os frutos tais quais do meu pobre engenho e talento, se em mim os há. Se qual outro Tales ou Pitágoras não puder introduzir as ciências do velho Egito em a nova Grécia, lidarei ao menos por imitá-los de longe. Consola-me igualmente a lembrança de que da vossa parte pagareis a obrigação, em que está todo o Portugal para com a sua filha emancipada, que precisa de pôr casa, repartindo com ela das vossas luzes, conselhos e instruções. E, que país