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LXXVIII

Paté com este intento a degolara,
Se a bela Mangarita, que isto via
Desde o mato escondida, o não frechara,
Deixando-lhe suspensa a mão que erguia.
Um troço de Amazonas volta a cara,
E a peleja de novo se acendia,
Sendo Paraguassu, que jaz no meio,
O preço da vitória neste enleio.

LXXIX

Cotia, que marchara sempre ao lado
Da desmaiada heroína em paz ou guerra,
Por vingar, ou remir o corpo amado,
Co fulmíneo tacape o campo aterra:
Piâ, Cipô, Açû, deixou prostrado,
E faz que a grã-baleia morda a terra,
Baleia, que acomete vingativa,
Por guardar a donzela semi-viva.

LXXX

Nem tu, Guarapiranga, à mão formosa
Pudeste evadir na horrível luta,
Que, enquanto a inúbia soas horrorosa,
Com que às armas se acende a gente bruta,
Cotia com a espada valorosa
A música feral que se te escuta,
Nos antros retumbar te faz no averno
Melodia que é digna só do inferno.