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728 DOM JOAO VI NO BRAZIL

ria de mostrar-se a visrnha altamente incommoda de sempre, no tocante a exclusao portugueza da bacia do Prata. Ainda com as Provincias Unidas, Palmella o esquecia, havia a esperanga, a quasi certeza n aquelle tempo de obstar-lhes as aggressoes, dominando-as a monarchia luzo-brazileira pela extensao dos seus recursos e condigao politica homoge- nea e disciplinada, bem differente da de uma democracia anarchizada. N este sentido a restauragao hespanhola seria de mais problematic^ vantagem.

Em futuras intelligencias com o governo reconhecido de Buenos Ayres Palmella se nao fiava absolutamente, partindo de que a qualidade de republicano o tornaria instinctiva- mente incompativel com o governo monarchico do Brazil ; outrosim alimentando elle infallivelmente "o intento bem natural de recuperar a Banda Oriental, sendo que a boa harmonia comnosco so subsistira emquanto julgar que Ihe servimos de escudo para o guardar de huma invazao dos Hespanhoes, e emquanto nao tiver adquirido forces suffi- cientes para acommetternos" (i).

O ajuste entre Portugal e Hespanha, facilitando o complemento da invasao de 1816, poderia com effeito des- agradar tanto ao governo de Buenos Ayres que apressasse o rompimento com o Brazil, um desfecho que Palmella julgava com acerto impossivel de evitar no future. Entre- tanto, dando-se mesmo o rompimento com Buenos Ayres, melhor Ihe parecia ter a questao serenada pelo que dizia respeito a Hespanha; tanto mais quanto se nao desoccuparia gratuitamente um territorio pelo qual se ia vantajosamente obter compensagao pecuniaria ou territorial, consistindo o

��(1) Officio reservado d 11 de Julho de 1819, iUdem.

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