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DA MINHA ALMA.
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Saudade que, mais se augmenta
Logo que o dia se ausenta,
E mais profunda e violenta
Me desespera, me mata!

Porque dizes, Luso Vate, [1]
Que da tarde no remate,
O nosso coração bate
Com dôce melancolia?
Porque ousaste affirmar,
Qu'era bello então scismar
Essa ventura sem par,
Cheia de terna poesia?!

Tu não disseste a verdade;
Não luz a felicidade
A quem profunda saudade
Negreja no coração!
Não! não desfructa tal dita,
Quem da ventura é proscripta;
Quem soffre a dôr infinita
De desgraçada paixão!

  1. O Snr. João de Lemos.