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O corvo e o pavão

O pavão, de roda aberta em forma de leque, dizia com desprezo, ao côrvo:

— Repara como sou bello! Que cauda, hein? Que côres, que plumagem maravilhosa! Sou das aves a mais formosa e amais perfeita, não?

— Fóra de duvida que és um bello bicho, disse o côrvo. Mas, perfeito, alto lá!

— Quem quer criticar-me! Um avejão negro, caxingó, capenga, desengraçado e, além disso, ave de mau agouro!... Que falhas vês em mim, ó tição empennado?

Respondeu o córvo:

— Noto que a natureza, para refrear teu orgulho, deu-te