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os selvagens do Brasil
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trocar-vos por alguns delles, que deviamos capturar.

Respondi:

— Que Deus vos recompense eternamente, pois vivo em grande afflicção e não sei o que os indios pretendem de mim. Só sei que já me teriam devorado se Deus singunlarmente não o houvesse impedido.

Continuei dizendo que os selvagens não me venderiam e que pelo amor de Deus não os deixassem perceber que eu não era francez; pedi ainda algumas facas e anzóes.

Os de bordo concederam-me o que lhes pedi e um indio foi de canôa ao barco buscar esses objectos.

Depois, como os selvagens não queriam que eu por mais tempo falasse com os portuguezes, avisei-os de que tomassem cautellas, porque iam os indios atacar a Bertioga. Os portuguezes responderam que tambem os tupininquíns estavam em aprestos para virem atacar a taba de Ubatuba, e pois me não devia eu desanimar; Deus havia de levar tudo a melhor, já que me não podiam elles no momento acudir.

— Sim, dise eu por despedida; porque é melhor