Página:Meu captiveiro entre os selvagens do Brasil.pdf/125

Wikisource, a biblioteca livre
os selvagens do Brasil
119

A isto os selvagens tornaram que o navio não largaria tão cedo e, pois, primeiro iriam á guerra, ficando o resto para a volta.

Quando vi que o bote partia e eu ficava, murmurei commigo:

— O' Deus bondoso, se este bote sae sem me levar d'aqui, certo que perecerei, porque esta gente não é de confiança!

E com esta idéa na cabeça atirei-me ao mar. Os indios foram no meu encalço. Um chegou a pôr-me as mãos. Consegui, porém, safar-me e nadei para o bote até alcançal-o.

Mas os francezes não me deixaram entrar; allegaram que, se contra vontade dos selvagens me recolhessem, levantar-se-iam elles contra os francezes, tornando-se inimigos.

Voltei para a terra muito angustiado, dizendo-me que era bem da vontade de Deus que eu permanecesse na desgraça, pois da minha parte tudo fizera para livrar-me.

Ao alcançar a terra observei que os selvagens se mostraram alegres e gritavam:

— Elle volta!

Logo que sahi á praia fingi-me zangado e disse-lhes: