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os selvagens do Brasil
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CAPITULO XLIII
De como dançaram no dia seguinte e
fizeram dançar os prisioneiros

No dia seguinte alcançámos o sopé de uma grande montanha, a que chamam Oracaçú [1], e ahi acampamos para passar a noite. Fui então á tenda ou choça de Canhambebe e perguntei o que tencionava fazar dos mamelucos. O grande morubichaba respondeu que seriam devorados e prohibbiu-me de conversar com elles. Estava encolerizado contra os mamelucos, que deviam ter ficado em casa, não sahindo em companhia do inimigo tupiniquinm em guerra contra elle.

Pedi novamente que os deixasse viver e os vendesse aos portuguezes, mas Cunhambebe repetiu-me que seriam devorados.

  1. Ainda hoje tem esse nome um promentorio elevado que precede o reconcavo onde fica o porto de Paraty. E´ de suppor que seja a mesma de Staden e que a residencia de Cunhambebe, em Arirab, fosse numa das tabas daquelle reconcavo.