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os selvagens do Brasil
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dos de bordo, estando em terra e vendo-me em mãos dos selvagens, aconselhara-os a que me comessem, facto que só Deus havia impedido. Disse que outros, indo de bote até á taba onde eu vivia prisioneiro, recusaram-se a receber-me quando fugi aos indios a nado e alcancei a embarcação. Contei tambem do portuguez que tinham dado a devorar aos cannibaes.

Não obstante, estava ali a dar noticias delles!

Hão de chegar quando for possivel, mas eu prophetizava que Deus não deixaria impune o crime praticado contra mim.

Depois contei-lhes como tudo havia corrido bem, o bom vento e a fartura de peixe, para aquelles que me acudiram e me resgataram aos selvagens.

Os ouvintes mergulharam-se em tristeza e indagaram se eu os suppunha ainda vivos.

Para os não desesperar disse que era possivel tal coisa, apesar de todos os indicios em contrario. Em seguida despedi-me, dizendo-lhes que se acaso esses maus reapparecessem, que fossem informados da minha estada alli e de como me havia Deus ajudado.

De Dieppe parti para Londres, onde fiquei uns