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O meu captiveiro entre
CAPITULO X
De como fui mandado ao nosso navio
com uma canôa de indigenas

O capitão do nosso bote pediu ao homem que mandasse aprestar uma canôa com gente de remo, afim de que um de nós fosse ao navio levar noticia do acontecido; estavamos fóra tres dias e era tempo de dar conta aos outros do fim que levaramos.

Fui eu o indicado para essa missão e parti com os indigenas.

Quando cheguei á vista da nau fizeram de bordo grande alarido, pondo-se em defesa; não queriam que a canôa se approximasse e gritaram-me perguntando como vinha eu só numa piroga cheia de selvagens.

Calei-me e fingi tristeza, pois o capitão ordenara-me que assim o fizesse para ver como se comportavam os de bordo. O meu silencio e a minha tristeza embaraçaram-nos. Puzeram-se a murmurar que havia alli qualquer coisa, que de certo os demais tripulantes do bote tinham sido trucidados e vinham