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os selvagens do Brasil
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em ruinas e panellas quebradas; havia tambem uma fonte d'agua doce nascida entre pedras.

Depois do jantar, que foi constituido de aves marinhas e ovos, formou-se ao sul uma tempestade que nos fez receiar largassem as ancoras e fosse o navio contra as rochas. Era tarde, mas queriamos ainda alcançar o porto de Cananéa.

Lá fomos ter; entretanto fez-se noite escura e não pudemos entrar. Como tambem não podiamos permanecer proximo da terra, onde as vagas, muito violentas, poderiam despedaçar o navio, afastamo-nos. Duarnte a noite, porém, o mar nos arrastou tão longe, que pela manhã não mais enxergavamos terra. Só depois de muito velejar a divisamos de novo, e isso já em plena tempestade.

O homem que havia estado em S. Vicente julgou avistar esse porto e para lá aproámos. Uma forte neblina, entretanto, impediu-lhe de reconhecer a terra, e como a tempestade nos ameaçasse cada vez mais, tivemos que alliviar o navio, lançando ao mar tudo quanto representasse peso. Mau grado á incerteza continuamos a avançar, na esperança de attingir o porto dos portuguezes.

Mais tarde a neblina se desfez e deixou ver terra. Romão declarou que o porto ficava á nossa frente, bastando-nos, para alcançal-o, dobrar o rochedo. Dobramol-o e atráz do rochedo em vez do porto vimos