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O meu captiveiro entre
CAPITULO XIII
De como soubemos em que ponto
haviamos naufragado

Agradecemos a Deus a vida que nos salvára, apezar da penuria em que ficámos. Romão não reconhecia a terra, não sabía dizer se estavamos perto de S. Vicente, nem que qualidade de indigenas por alli habitava.

Havia um francez entre nós, de nome Claudio, que principiou a correr pela praia para aquecer-se. Afastou-se a uma grande distancia e de repente percebeu ao longe, em meio do matto, umas casas que pareciam de christãos. Dirigiu-se para lá e viu que era um estabelecimento de portuguezes, Itanhaen chamado, a ecrca de duas milhas de S. Vicente. Contou aos moradores a nossa desgraça e a fome e frio de que padeciamos. Mal souberam disso os portuguezes, correram para nós e levaram-nos para suas casas, onde nos deram roupas e alimento.