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os selvagens do Brasil
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O meu escravo carijó tinha conseguido fugir quando me agarraram e dera o alarma. Esses tupiniquins amigos contavam livrar-me e gritaram para os tupinambás que, se tinham coragem, viessem combatel-os. Os tupinambás voltaram com as canôas, approximaram-se dos de terra e trocaram com elles varias flechas e zarabatanas.

O murubichaba, que vinha commigo na canôa, trazia uma espingarda que lhe deram os francezes em troca de páu-brasil. Desamorrou-me as mãos e ordenou-me que atirasse contra os de terra.

Após curta escaramuça, receiosos de que viessem canôas tupiniquins a perseguil-os, fugiram com tres dos seus homens feridos. Passaram a um tiro de falconete do fortim da Bertioga, onde eu costumava estar, e ao fronteal-o puzeram-me de pé para que os meus companheiros me vissem.

O forte deu dois grandes tiros de peça, que nenum mal lkes fizeram. Tambem partiram da Bertioga varias canôas no encalço delles; os tupinambás, entretanto fugiam tão depressa que breve as canoas amigas desistiram de continuar a perseguição.