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O meu captiveiro entre
CAPITULO XX
Do que se passou em viagem para a
terra Tupinambá

Como fosse distante a taba dos tupinambás, e como me haviam capturado ás quatro horas da tarde, desceram numa ilha do caminho e vararam em terra as canôas para alli passarem a noite.
Eu nada enxergava, pois tinha a cara em sangue e não podia caminhar devido ao ferimento da perna; fiquei deitado na areia, com elles á volta, a ameaçarem-me de me devorar.

Naquella grande afflição, puz-me a dizer, do fundo d'alma, e com os olhos em pranto, o psalmo: A ti imploro, meu Deus, no meu pezar, etc.

Os selvagens apontaram-me, dizendo:

Vede como chora! Ouvi como se lamenta!

Pareceu-lhes, no entanto, pouco prudente pousar alli, e embarcaram-se de novo para alcançar umas cabanas que haviam erguido no continente.