Em seguida disseram-me os dois irmãos:
— Agora as mulheres te vão levar para fóra poracê.
Não comprehendi sinão mais tarde o sentido desta palavra, que quer dizer dançar.
As mulheres pegaram nas cordas e puxaram-me para fóra. Umas me tinham pelos braços, outras pelas cordas do pescoço, de forma que eu mal podia respirar.
Não sabendo o que queriam fazer de mim, consolei-me recordando os soffrimentos de Jesus Christo, tão maltratado pelos judeus. Conduziram-me defronte á cabana do morubichaba Guaratinga-açú, ou o "grande passaro branco". Deante dessa cabana havia um monte de terra fresca no qual me assentaram, sempre seguro por algumas dellas.
Julguei que iam matar-me; procurei com os olhos a iverapema, tacape com que trucidam os prisioneiros, e perguntei se era chegada a hora do meu sacrificio. Não responderam mas veio uma mulher com uma lasca de crystal encastoada num páu arcado e poz-se a cortar-me as pestanas; depois quiz fazer o mesmo á barba.
Mas isto não quiz eu supportar e pedi que me matassem com barba e tudo.