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CARTA


ESCRIPTA DE S. PAULO EM 1851


12 de agosto.

Minha irmã,

No dia de teus annos que queres que eu te diga?

Que os annos da virgem são como as manhãs das flores? E que na aurora da vida flores e donzellas, scintillantes do orvalho de Deos, tem mais pureza e perfume?

Não. Dir-te-hei somente uma cousa. É que lá no Rio vale talvez a pena fazer annos. Numa tarde de primavera, e d’esperança, vivendo e sentindo-se viver, é doce por ventura sentir que mais um anno passou como um sonho, mais um anno de saudade e felicidade.