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ROSA, ROSA DE AMOR
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Minha alma, envolta em trapos de mendiga,
Vai seguindo, no chão, do teu passo o rumor.
Não me deixes! Serei a sombra que te siga,
Sem indagar onde me leva o amor.

Não me abandones! Ama-me! A risonha
Aurora inunda o céu todo afogado em luz...
Sou formosa, sou moça, amo-te... Ama-me! Sonha,
Poisada a fronte nos meus seios nús!

Que alegre madrugada cor de rosa,
Ser amada por ti, claro sol que tu és!
Eu dei-te a minha vida. E’ tua. Esbanja-a, gosa
Toda esta primavera estendida a teus pés.

Bem amado que, como um passaro num ramo,
Vieste acaso poisar o vôo no meu seio,
Não me deixes! Eu quero ouvir ainda o gorgeio
Em que teu beijo é que dizia: «Eu te amo!»