Página:Sonhos d'ouro (Volume II).djvu/124

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vinha falar-lhe; mas precisava antes de apalpar o terreno... Compreende, hem!

Foi Ricardo quem dessa vez ficou surpreso do desembaraço do usurário.

— A cousa está bem encaminhada! Você é um finório! continuou o visconde apertando o joelho de Ricardo. Mas, olho vivo, que anda uma súcia de galfarros à cola da rapariga. Então o Nogueira e o Bastos? Dois velhacos de marca. Deixe-os por minha conta, que os conheço; têm de haver-se com um macaco velho. Lá o Guimarães não mete medo, é um pateta.

— Explique-se melhor, sr. visconde, eu não o entendo.

— Faça-se de inocente! Ah! maganão?! Quem não sabe que a rapariga está pelo beiço! Você é um ladrão feliz!

— De que rapariga me fala o senhor?

— Ora de quem há de ser senão da Guida, a filha do tratante do Soares? Domingo na Tijuca, todos conheceram como ela se derretia... E tinha razão! Olé se tinha.