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á peste encru'avam na magrem pharaonica das vaccas egypcias.

Por todos os cantos imperava soberano o ferrão da sau'va dia e noite entregue á tosa dos capins para que. em Outubro. se toldasse o céu de nuvens de içá em saracoteios amorosos com enamorados savitu's.

Caminhos por fazer, cercas no chão, casas d'aggregados engotteiradas, combalidas de cumieira, prenunciando feias taperas. Até na moradia senhorial insinuava-se a bréca, aluindo pannos de reboco, carcomendo assoalhos. Vidraças sem vidro, mobilia capengante, paredes lagarteadas... intacto que é que havia lá?

Dentro dessa esborcinada moldura o fazendeiro, avelhuscado por força de successivas decepções, e, a mais, roido pelo cancro voraz do premio, sem esperança e sem concerto, cocava cem vezes ao dia o redomnoinho capillar da cabeça grisalha.

Sua mulher, a pobre D. Izaura, perdido o viço do outono, agrumava na cara quanta sarda e pé de gallinha inventam os annos de mãos dadas á trabalhosa vida.

Zico, o filho mais velho, sahira-lhes um pulha, amigo de erguer-se ás dez, ensebar a pastinha até ás onze, e consumir o resto do dia em namoriscos mal azarados.

Afóra este malandro tinham a Zilda, então nos dezesete, menina galante, porém sentimental mais do que manda a razão, e pede o socego dos paes. Era um ler Escrich a rapariga, e um scismar amores d'Hespanha...

Em tal situação só havia uma aberta: vender a fazenda maldita e respirar a salvo de hypothecas. Era difficil, entretanto, em quadra de café a cinco mil réis, pôr unhas n'um tolo das dimensões requeridas. Já levados por