dóse. Fui — é longinho, tres quartos — elle me deu a dóse, mas quem disse de poder voltar? Uma chuvarada... Pousei no Liborio. Hoje, manhansinha, vim.
Entrei alegre, pensando: a coitadinha vae sarar. Eu que pisei na sala dou com a menina espichada na esteira, fria. Annica! Annica! Quando vi bem que estava morta de uma vez, ah! seu moço, berrei como nunca na minha vida!...
— Nha Veva, de que geito morreu Annica, conte, conte!
Nha Veva quieta, repuxando a bocca. Uma pedra. Não disse nada. Cahi em cima da menina, beijei, chorei. Nisto uma cotucada — era o Zico, aquelle negrinho, sabe? Olhei p'ra elle: fez geito de me falar lá fóra, longe da tatorana. Lá me contou tudo. A menina des'que eu sahi peiorou, mas quietinha sempre. Noite alta gemeu.
— Cala a bocca, peste! gritou do outro quarto a mãe — mãe, veja!
— Quero agua, nha mãe!
— Cala a bocca, peste!
A menina calou. Mais tarde gemeu outra vez, baixinho.
— Quero agua! quero agua!
Ninguem se mexeu.
— "E tu, negrinho safado, porque não acudiu a menina?" — "Não vê! Eu conheço nha Veva".
O seu Pedro, aquelle trapo, esse estava na pinga de todo o dia. Ninguem na casa para chegar uma caneca d'agua á bocca da doentinha. Ella, — um chorinho ainda; depois — mais nada. De manhã...
Lagrimas escorriam a fio pela cara da Ignacia e soluços de dor escandiam-lhe as palavras.