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Quando em acentos plácidos respiras

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A um clarim tocado no silêncio da noite

Quando em acentos plácidos respiras,
Por modo estranho docemente entoas,
Que estando imóvel, pelos ares voas,
E inanimado, com vigor suspiras.

Da saudade cruel a dor me inspiras,
Despertas meu desejo, quando soas,
E se ao silêncio mudo não perdoas,
De minha pena o mesmo exemplo tiras.

Sentindo o mal de um padecido rogo,
Com que Nise se opõe a meu lamento,
Pretendes respirar-me o desafogo:

Mas contigo é diverso o meu tormento;
Que eu sinto de meu peito o ardente fogo,
Tu gozas de teu canto o doce vento.